segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sarney procura cineasta para projeto de filme sobre sua trajetória


SÉRGIO RIPARDO
colaboração para a Livraria da Folha

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), quer ver sua história nos cinemas, a exemplo do que vai ocorrer no começo de 2010 com a cinebiografia do presidente Lula.

A Livraria da Folha apurou que Sarney convidou o cineasta carioca Silvio Tendler para o projeto. O documentarista já fez produções sobre os ex-presidentes da República João Goulart (1918-1976) e Juscelino Kubitscheck (1956-1961). Atualmente, Tendler filma a história de Tancredo Neves (1910-1985). Foi nas filmagens para esse trabalho sobre Tancredo que surgiu o contato entre o senador e o cineasta.

Já existe um documentário sobre o presidente do Senado, feito por Fernando Barbosa Lima (que morreu no ano passado), mas o resultado desagradou Sarney, segundo a Livraria da Folha apurou.

A ideia é que o filme sobre Sarney seja lançado em 2010, aproveitando que, no próximo dia 24 de abril, o senador completa 80 anos. Ele nasceu em Pinheiro (MA) e foi presidente do Brasil entre 1985 a 1990.

A exemplo de Lula, Sarney quer ter interferência na obra audiovisual. Atualmente, a trajetória do presidente do Senado é alvo de interesse no mercado editorial, onde "Honoráveis Bandidos - Um retrato do Brasil na era Sarney" figura entre os livros mais vendidos no país. Está em quarto lugar na lista divulgada no último sábado pela Folha. Nesta semana, a expectativa é que suba posições, como se observou em levantamentos divulgados nesta terça por outras livrarias.

Na semana passada, o livro foi lançado em São Luís (MA), na sede do Sindicato dos Bancários, com direito a tumulto e pancadaria. O autor Palmério Dória teve de andar acompanhado de uma equipe de seguranças. Sarney já disse que não viu, não leu e não se interessa pela obra, que fala até das intimidades sexuais da família Sarney. Com certeza, "Honoráveis Bandidos - Um retrato do Brasil na era Sarney" não vai inspirar um filme aprovado pelo senador.

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Comentário
 José Sarney nada mais que é do que o que chamos de "político nato". Mais uma vez, está trocando o jaquetão pelo fardão. Dizendo de outra maneira, ele está prestes a despir seu uniforme de parlamentar e assumir o figurino de escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, com lançamentos de livros a seu respeito, e, claro, todos visando tampar toda sujeira que envolve seu nome.
Essa matéria nada mais é do que a verdade que gira em torno de Sarney a respeito de sua vida política nenhum pouco honesta. Sarney lançou vários livros no decorrer de sua vida e por último, como se não bastasse, copiou a idéia do nosso atual Presidente Lula, e lançou também um filme no dia do seu aniversário de 80 anos que conta toda sua história, mas é claro, não relatando suas falcatruas e maracutais no Senado brasileiro.
Segundo Palmério Dória, autor do livro Honorários Bandidos, onde Sarney é alvo,esse filme nada mais é que mais uma jogada, uma estratégia para frisar a imprensa crítica e deixar marcado a sua notável existência na política brasileira.
Se fosse apenas um romancista, e não um ex-presidente, é possível que Sarney recebesse a mesma espécie de tratamento reservada aos autores. Seria um conservador, fazendo obras conservadoras. Seria apenas um escritor que tem paixão pelas metáforas e pela linguagem de raiz popular. Se não fosse um ex-presidente corrupto, que deixa pegadas por onde passa, talvez ninguém se preocuparia em amar ou odiar os textos de José Sarney. E os dias iriam passando, até o esquecimento.
Mas isso nunca acontecerá, porque toda a sua bagagem jamais será esquecida por nós brasileiros.

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